Entendo,
pois, que Geografias e (In)Visibilidades tem como
pressuposto tencionar a Geografia e suas clássicas leituras do
mundo, pois, o mundo em si, na sua objetividade, é de uma
clareza ímpar para quem não estiver encoberto por discursos
ideologizantes, centrados na imbricada relação entre
patriarcado, colonialismo e capitalismo. Desvendada essa
relação, a visibilidade está posta.
Então, Geografias e (In)Visibilidades busca demonstrar
essa dialética entre visível e invisível, ou seja, revelar
espaços geograficamente opacos e trazê-los à luz do
conhecimento geográfico. Abrindo com isso a possibilidade de
construir uma geografia que revele a multiplicidade, a
diversidade e a desigualdade da vida humana e, ao mesmo tempo,
a multiplicidade, a diversidade e a desigualdade das paisagens
habitadas. Podem ser essas paisagens reconstituídas pela
memória daqueles que as habitam, invisíveis à Geografia sob
outras análises, mas certamente visíveis a quem as habita. |